Por: Beatriz Bevilácqua Pilôni
O governador Clécio Luís coordenou, no dia 11 de novembro, a sessão “Energias Renováveis em Florestas Tropicais”, que está inserida em um estudo feito no Amapá sobre o potencial de geração de energia solar, apresentado no Hub Amazônia, um espaço de diálogos do Consórcio da Amazônia Legal, na 29ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), que teve sede em Baku, capital do Azerbaijão.
O estudo reúne dados e pesquisas a dois anos e, tem como objetivo a implementação de um Atlas Solar no Estado do Amapá. Lançado em agosto pelo governador Clécio Luís e o senador Davi Alcolumbre, o projeto prevê um investimento de R$5 milhões de reais.
“Nós fizemos um levantamento sobre o clima com equipamentos específicos, que permitiram identificar informações importantes. Esses dados foram reunidos buscando oferecer à iniciativa privada, para que eles possam investir na geração de energia limpa no Amapá e também gerar emprego, renda e desenvolver o nosso estado. Precisamos equilibrar esse jogo, nós queremos seguir protegendo nosso meio ambiente mas também desenvolver de forma ética”, explicou o governador.
A pesquisa mostra ainda que o potencial energético do Amapá é quatro vezes maior que a Usina Hidrelétrica de Itaipu, considerada a maior do Brasil, e duas vezes maior que a Hidrelétrica das Três Gargantas, considerada a maior do mundo e localizada na China.
Essa potencialidade é possível pela localização do Estado na Linha do Equador, que possui alta incidência solar ao longo do ano. Até em dias nublados, o Atlas terá capacidade de suprir a demanda energética atual da região em até 72 vezes, sem gerar danos ambientais e proporcionando emprego e renda, assegurando a sustentabilidade e a economia local.
“No Amapá, atualmente, com quatro hidrelétricas, produzimos 1 gigawatts de energia. De acordo com o Atlas, podemos produzir cerca de 56 gigawatts com energia fotovoltaica. Além de garantir a nossa segurança energética, podemos também exportar energia limpa para todo o planeta, é isso que vamos apresentar aos países e delegações”, destacou Clécio Luís.
Taísa Mendonça, secretária de Estado do Meio Ambiente, também estava no bate-papo e apresentou um comparativo entre os dados recentes do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), que apresenta o Amapá como o estado com menor índice de desmatamento e o maior na geração de empregos do Brasil, proporcionalmente.
“Amapá é o estado mais preservado da Amazônia Legal e do mundo com 95% de sua cobertura vegetal intacta. Temos indicadores ambientais e culturais muito fortes, mas é necessário melhorar os indicadores sociais e econômicos. Demonstramos que é possível gerar desenvolvimento sem destruir nossas potencialidades e com políticas públicas que chegam aos pequenos produtores, ribeirinhos, indígenas e quilombolas”, comenta Taísa.
A COP é um encontro anual com os países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, onde os chefes de estado e outras autoridades governamentais discutem alternativas necessárias para uma melhor vida no planeta, tendo como pauta principal a redução do aquecimento global.