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Consumidor com energia solar e bateria não sofre com blecautes

Apagão ocorrido em todo o Brasil causou quedas de energia e provocou transtornos aos brasileiros

Autor: Henrique Hein

apagão que afetou 25 estados e mais o Distrito Federal causou quedas de energia que provocaram transtornos aos brasileiros no transporte público, no lazer e no funcionamento de órgãos públicos em diversas cidades.

Diversos moradores, empresas e instituições (públicas e privadas) ficaram sem acesso à energia elétrica em razão de uma falha na rede de operação do SIN (Sistema Interligado Nacional), conforme informou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). 

De acordo com profissionais ouvidos pelo Canal Solar, apesar do ocorrido ser algo atípico nos dias de hoje, já existem soluções para evitar com que apagões (até mais graves do que esse) ocorram. 

bateria de lítio, por exemplo, que foi recentemente homologada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), é uma das alternativas que já está disponível e é mais segura do que o sistema atual em relação a esse tipo de problema, conforme explica Lucas Freitas, CEO da Genyx. 

“Um dos grandes diferenciais do uso da bateria de lítio é que elas possuem maior capacidade de armazenamento, além de maior vida útil e garantias muito superiores às baterias chumbo. As aplicações de sistemas híbridos, quando o sistema tem a capacidade de injetar energia na rede e também armazená-la em baterias com o mesmo equipamento, permitem que residências e empresas fiquem imunes a situações de falta de energia como a que vimos hoje no apagão, pois eles garantem a disponibilidade de energia por meio de baterias e das placas de energia solar”, disse ele.

Por esse motivo, o executivo destaca que as empresas e as residências que possuem algum tipo de equipamento crítico, como geladeiras para resfriamento de alimentos, medicamentos ou mesmo maquinário empresarial como servidores ou linhas de produção, quando possuem esse tipo de tecnologia, conseguem manter suas operações e ter segurança no fornecimento de energia.

Geraldo Silveira, engenheiro do Canal Solar também destaca a utilização dos sistemas solares híbridos como uma solução, sobretudo para consumidores de menor porte, que podem manter as luzes de uma casa acesas até mesmo em casos de queda de energia em toda a rede elétrica.

“A nível de residência, um consumidor que vive numa região afetada pelo apagão, se tiver instalado um sistema solar híbrido com baterias, não ficará sem energia elétrica. Isso acontece porque o consumidor teria como priorizar as cargas emergenciais na configuração do seu sistema”, disse ele. 

“Esse consumidor poderia, por exemplo, continuar trabalhando no seu computador desde que sua tomada esteja conectada no circuito prioritário, que é alimentado pelo inversor híbrido, que irá retirar do sistema de armazenamento (bateria) a energia necessária para alimentar as suas cargas prioritárias”, complementou o profissional. 

Inversores híbridos

Canal Solar também conversou, nesta terça-feira (15), com Matheus Medeiros, engenheiro eletricista e especialista em produtos na Sungrow, para responder algumas dúvidas sobre inversores híbridos. Confira abaixo as perguntas feitas pela reportagem e as respostas dadas pelo profissional: 

Qual é a capacidade de armazenamento dos inversores em caso de apagões?

Os inversores fotovoltaicos não possuem capacidade de armazenamento, porém eles possuem funcionalidades que auxiliam na estabilidade do sistema em caso de ocorrências. Para se ter uma capacidade de armazenamento, seria necessário sistemas de armazenamento por baterias, que podem ser um forte aliado da energia fotovoltaica.

Existe interferência no sistema fotovoltaico durante estas ocorrências?

Os inversores fotovoltaicos se mantêm conectados à rede durante os períodos de tempo definidos pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) e possuem funções de suporte à rede a fim de contribuir na estabilidade do sistema. Dessa forma, os inversores fotovoltaicos atuam ativamente para evitar um efeito cascata que desconectaria diversas plantas.

De acordo com o Submódulo 2.10 dos Procedimentos de Rede do ONS, existem certos parâmetros que o inversor deve suportar, como em eventos de subtensão ou sobretensão ou no caso da injeção de potência reativa sob defeito (conforme ilustram as imagens abaixo).

Tensão nos terminais dos inversores da central geradora. Fonte: Submódulo 2.10: Requisitos técnicos mínimos para a conexão às instalações de transmissão – ONS

Requisito para injeção de corrente reativa sob defeito. Fonte: Submódulo 2.10: Requisitos técnicos mínimos para a conexão às instalações de transmissão – ONS

Há algum cuidado preventivo com os equipamentos que pode ser feito para quando ocorrer essas situações?

Extrapolados os tempos determinados pelo ONS, os inversores se protegem automaticamente e se desconectam do sistema pela proteção chamada anti-ilhamento, garantindo assim a não injeção de corrente na rede elétrica.

Como se comporta a usina fotovoltaica na retomada do sistema?

Uma vez que o sistema recupera sua estabilidade, a usina fotovoltaica voltará a injetar corrente na rede elétrica respeitando uma rampa de carga que garante a operação harmoniosa do sistema.

Fonte: https://canalsolar.com.br/consumidor-com-energia-solar-e-bateria-nao-sofre-com-blecautes/

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